sábado, 8 de março de 2008
somos todos espíritos
Eu sou um ser humano, não vivo no ciberespaço, não sou um cyborg (lembram dele?), vivo no tempo e no espaço e nesse tempo e espaço tento caminhar, melhor dizendo acompanhar, a construção que está sendo feita.
Foi o eco repetido em uma sala de aula fora do espaço e do tempo.
Vejam bem...
A preocupação das pessoas... com a "humanização do ser".
A preocupação de fazer sentido dentro se um emaranhado de textos e construções simbólicas. Textos que nos remetem a uma trama desconstruída de idéias que ainda não fazem sentido. Nem farão. Porque o sentido deixou de ser o que foi para ser o próprio senso - ou essência - do ser. Sentido foi.
Textos que falam em nomes de filósofos ou poetas mortos, quando pressente-se que essa necessidade de "humanização" reclamada - quase exigida ou implorada - esse temor exacerbado à "ciborguização" exacerbada nada mais é que um apego à matéria deteriorada e a um modo de vida nostálgico.
Já foi a hora da transcendência do ser. Não somos homens: somos espíritos. Pois enquanto homens somos efêmeros, enquanto espíritos somos eternos. Dizer isso apenas para dar um tênue elo com claves apreendidas no passado. Qual a real importância dessas claves?
E aí eu pergunto: qual o espaço da onipresença? Qual o tempo da eternidade? Qual a ciência da consciência? De repente precisamos de âncoras "claves" que nos prendam a fixações teóricas do passado?
De repente - para nos sentirmos e sermos - precisamos recorrer à comunidade do bairro? Ao botequim da esquina? O jornal inexistente cujas páginas desmancham-se em nossas mãos, como um tecido de um antigo sudário.
Não... não vou citar fontes, nem nomes, nem autores perdidos pela morte do tempo.
Mas percebam que não existem bairros, não existem casas não existem quartos... e o corpo da mulher amada vai além da terceira, da quarta, da quinta... da enésima dimensão. E que faz tempo que fazer amor deixou de ser uma mera fricção de genitálias. Que isso se tornou tão vulgar visto do lugar onde nos amamos. Um lugar em que se fundem as consciências e onde o gênero deixa de ser o nexo imprescindível. De repente a mulher amada é um mito "uma mera clave de referência" pois o amor nos transformou num ser que somos e eternizamos... num outro ser. Faz-se, novamente a vida. Traz-se "não importa de que éter" uma consciência que se materializa com uma autonomia de ser. O homem "esse ser efêmero" ainda festeja a vida e se penaliza com a morte. Como se esse efemerecência não fosse cotidiana.
Perceba... estamos transcendendo o humano... e o verbo SER torna-se intransitivo. E isso é aqui e agora.
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