sábado, 15 de março de 2008

ah, inquietado coração






Ah! Inquietado coração,
chora tua lucidez
que a consciência traz
a dor que a faz.

Ah! Inquietado vagão,
da eterna gare razão,
por que progrides sempre?
Cruzando os dormentes do tempo
comboio de minh’alma aflita.
Calma que a dor fria excita.

E quão longe te faz,
oh! Paz, querida paz,
onde te esconderás,
és também uma ferida.

E de repente surgirás,
pois a saudade te traz
como uma dor adormecida,
de uma gare ultrapassada da vida.


a Álvaro de Campos





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