quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

por que de mim te esqueces?

Por que de mim te esqueces?
Por que me deixas no limbo
de minha paixão?
A perceber demônios encardidos
e falsas pérolas perdidas
num oceano de conchas
que jamais existiram.

Por que me abandonas?
Se te procuro e não te acho
e, o que parece, teu ambiente
parece mais interessante
do que eu e meu mundo
de fantasmas solitários.
Por que me abandonas?

Se o meu compromisso
é com a eternidade...
por que te perdes?
Em pequenas e cotidianas tristezas,
futuros que não persistem?
Por que ser volúvel?

Por que assistir de longe
ao fim de todos os mundos?
Se, quero contigo, adentrar
no novo milênio,
pela porta da frente?
Um novo homem,
uma nova mulher.
Por que perder-se em
vilegiaturas in-glórias?

Quero de você o infinito,
mas quero o infinito cheio,
o infinito denso,
o infinito pleno.
Quero de você o todo
do cotidiano.
A alma da madrugada.
O mistério do crepúsculo.
A profundidade do oceano.
A altura de todas as nuvens.

Quero o Universo de todas as paixões!
O desejo de todas as horas
e a plenitude do todo perfeito.
Porque desapareces e não te encontro?
Por que te transformas
numa mulher difusa?
Um fantasma
dentro de minhas alucinações?

Quero-te inteira, presente, vívida...
Quero-te inteira, dona, tomada...
Fácil e difícil presa de minha sedução.
Certeira à flecha do meu desejo.
Quero-te mulher. Imperfeita.
Sem pretérito ou futuro.

Que me deixe extático.
Perplexo... Cheio...
Para que o milagre da transformação
Aja por inteiro
em nós amantes.
Estreitos nós, bastantes.
Antes... que o chaos da madrugada...
Antes que, volúveis,
as ninfas de todos os mares,
e a tristeza de todas as horas vadias,
nos levem para a distância,
entre outro e um.
Deixando impressa
outra profunda marca
de frustrada tristeza
do que poderia Ter sido.
Uma mácula morta de pecado
a pesar para sempre
em nossas almas cansadas.



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