segunda-feira, 27 de julho de 2009
[que não percebes nada]
que não percebes nada
além daquilo que te afeta
que te escondes no ninho
de tuas próprias vaidades
que usas o teu orgulho
como justificativa
para nada fazer
que nem sabes chorar
as tuas próprias tristezas
que zombas de ti
como zombas do outro
e não movimentas nada
porque tens medo de ir
para a tua própria solidão
que já estou farto
de tantas iniqüidades
que zombo na noite
como se não houvesse
possibilidade de um novo dia
que me entrego ao dia
como se não houvesse a noite
senti desejo de invadir
a penumbra que te abriga
e ali morar sem ser amado
e extrair de ti o sumo
de teu egoísmo insano
e alimentar-me dele
tornando-o imprescindível
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