"Amor permanente... como a gente se agarra nesta ilusão.
Pois se nem o amor pela gente mesmo resiste tanto tempo
sem umas reavaliações. Por isso nos transformamos, temos sede
de aprender, de nos melhorar, de deixar pra trás nossos imensuráveis erros,
nossos achaques, nossos preconceitos, tudo o que fizemos achando
que era certo e hoje condenamos. O amor se infiltra dentro da nós,
mas seguem todos em movimento: você, o amor da sua vida
e o que vocês sentem. Tudo pulsando independentemente,
e passíveis de se desgarrar um do outro."
- sibellepazinato
Pois se nem o amor pela gente mesmo resiste tanto tempo
sem umas reavaliações. Por isso nos transformamos, temos sede
de aprender, de nos melhorar, de deixar pra trás nossos imensuráveis erros,
nossos achaques, nossos preconceitos, tudo o que fizemos achando
que era certo e hoje condenamos. O amor se infiltra dentro da nós,
mas seguem todos em movimento: você, o amor da sua vida
e o que vocês sentem. Tudo pulsando independentemente,
e passíveis de se desgarrar um do outro."
- sibellepazinato
Eu ainda não sei se concordo com você aqui nesse parágrafo. A questão que me parece mais pertinente aqui é "o que é o amor?". A princípio amor é uma ilusão construída a dois, como bem nos explica Edgar Morin. É um estado de demência consentida. Uma santa demência. Para ter persistência é necessário que a ilusão seja constantemente realimentada. E geralmente as pessoas não têm o menor saco para isso. E talvez estejam certas.
Fato é que uma relação mais permanente é aquela que se se realiza no cotidiano. E é no cotiano, em sua medianidade, que encontramos com o nosso ser, segundo Martin Heidegger em "Ser e Tempo". Assim, se há uma "verdade" ela está no cotidiano. Se falamos em amor como paixão, teremos que afirmar também a sua efemeridade. Porque o estado de paixão não tem nada a ver com a medianidade cotidiana. É um estado de efervecência que nos tira do cotidiano.
A tese da cotidianidade mediana também se observa em casais que convivem muitos anos juntos. Não se deve confundir casamento e amor, pois o casamento é um impulso da paixão que coloca as pessoas em uma relação que tende ao cotidiano. E o cotidiano, quando o verdadeiro ser de cada um se manifesta, pode ser diferente da ilusão da paixão, da demência consentida. Então, há casais que o cotidiano separa e outros casais, também, que o cotidiano revela uma nova descoberta a cada dia. E o efeito disso é a persistência.
Então, eu posso dizer, o amor não será nunca permanente até mesmo para se manter. Ele é uma construção cotidiana em que as coisas se transformam ao longo da vida comum. Se isso não acontece, como falar de amor? O amor só pode ser algo que se revela no cotidiano, se o cotidiano mostra duas pessoas como estranhos conviventes, estaria certo em falar de amor?
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