"Claude Frasson: O professor é designado como um co-aprendiz. Isso porque ninguém tem o conhecimento. O conhecimento existe e precisa ser construído individualmente. É o aluno quem constrói o próprio conhecimento. O professor recebe essa denominação dentro desse contexto porque ele está o tempo todo aprendendo com seus alunos."
Vejo que cada vez mais o professor-tutor como sendo um participante do processo, ao ponto de me questionar: até que ponto é necessário e importante que o professor, enquanto tutor, detenha o conhecimento a priori da matéria que está sendo ministrada? Haverá um tempo em que a interação e a gestão do processo de interação coletiva tornar-se-á uma habilidade cada vez mais específica. E esta habilidade de tutoria será tão ou mais importante que o prévio conhecimento do professor-tutor com relação ao conteúdo do curso que se está tutorando.
Afinal, aprendermos segundo o "estar junto virtual", que o Prof. José Armando Valente se refere é uma evolução permanente. E chegará a um ponto que em que o "estar junto" será tão demandado como habilidade de conduzir, que o professor-tutor entrará em um curso na mesma situação dos alunos em relação ao conhecimento a ser aprendido, de modo a "aprender junto" de uma forma mais efetiva. E colocar-se, assim, mais próximo dos alunos.
Aí o planejamento do curso, especialmente o processo autoral, toma uma dimensão de guiar. O professor-autor - este sim, o detentor do saber iniciático - desenhará um caminho a ser percorrido. E caberá ao professor-tutor gerenciar o processo de desenvolvimento coletivo da reconstrução do saber... E transgredir, junto com os alunos, o caminho do conhecimento inicialmente traçado de modo a percorrer o processo para a reconstrução coletiva do saber-autoral para um saber qualitativamente transcendente.
Estaríamos, assim, tornando numa prática a inteligência coletiva, que Pierre Lévy gosta tanto de mencionar e que foi título de um de seus livros.
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