quinta-feira, 14 de novembro de 2013
Vagina
I
Teus lábios,
doce mel de frutas sazonais,
se oferecem livres
ao desfrutar dos beijos.
Tua boca molhada,
ostra aberta ao desejo,
saliva de todas delícias.
A flor de todas carícias
tuas pétalas
ficam expostas aos meus sentidos.
Abre-se,
jardim das virtudes,
fazendo-se carne
e despeja sobre mim
tua água farta.
O calor de teus ermos,
o vale de tua sombra,
transmite-me, dentro de ti,
a dádiva profana da terra onde
todos os frutos habitam
e se depositam
todas as sementes.
Sabe-se que tu, mulher,
antes de mais nada
tens a vagina preparada
para afirmar-te fêmea
a qualquer tempo.
II
Tenho a ânsia infinita de te possuir
até o fundo, sem qualquer constrangimento.
E ao mesmo tempo quero fazer-te sentir
-se, então, senhora nem que por um momento.
Em meio à faina, meio da batalha.
Espada em riste, sem traço de clemência.
Afasto as portas de tua residência
e cravo tudo rompendo a tua malha.
E ao sentir-se tão fundo lancetada
tua vagina entrega-se de todo,
vibra por dentro, toda encharcada
e me domina enquanto eu a fodo.
E a luta afasta de nós todas as éticas
no afã de possuir a alma alheia.
Uma ciranda entoada sem poéticas,
uma charanga expressa em carne, nervo e veia.
E eu te domo, gazela desfreada.
E eu te como, boceta enfurecida.
Eu te quero assim, escancarada,
pra despejar em ti a minha vida.
E se aproxima a última estocada
o frenesi expresso, uníssono dueto
tua boceta me traga esfaimada
e te devoro no teu fundo aposento.
Mas num momento em que tudo é mais tudo,
como se fizesse a morte inquilina.
nesse instante supremo eu fico mudo
e me rendo, inteiro, em tua vagina.
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
Aquela lembrança noturna
percebida dentro do sono.
A definida figura, clara,
a conduzir o espectro
de alguma inacessibilidade.
O lento solavanco
dos dormentes do tempo,
onde cada momento,
esvaído do nada,
purga nas chagas
da tarde dos incestos.
Aquela jovem visitada
e que de nada se apercebe.
O erotismo de ser
simplesmente um suspiro.
A vetusta fonte
de entranhas águas.
Profundez de vales.
Reprodução de fatos.
Melódica inacabada.
Contínuo interrompido.
Sinfonia deletada.
... Rio de Janeiro, 1996
percebida dentro do sono.
A definida figura, clara,
a conduzir o espectro
de alguma inacessibilidade.
O lento solavanco
dos dormentes do tempo,
onde cada momento,
esvaído do nada,
purga nas chagas
da tarde dos incestos.
Aquela jovem visitada
e que de nada se apercebe.
O erotismo de ser
simplesmente um suspiro.
A vetusta fonte
de entranhas águas.
Profundez de vales.
Reprodução de fatos.
Melódica inacabada.
Contínuo interrompido.
Sinfonia deletada.
... Rio de Janeiro, 1996
Lento progredir
da maratona insana.
Vida vivida a esmo
percolada de estio.
Luminosidades refletidas
nas saliências dos cantos.
As equimoses do tempo
nos resvalos
impercebidos nas quinas.
Não,
o amargor sentido
de dentro da saliva.
A pele misturada
na ardência dos ácidos.
A perpétua e obstinada
prepotência do inevitável ocaso.
A ridicularização dos ícones
a representar falácias.
Regras inadmitidas,
frascos de inconsistência
a revelar nos pelos
a sensibilidade dos insetos.
... Rio de Janeiro, 1996
da maratona insana.
Vida vivida a esmo
percolada de estio.
Luminosidades refletidas
nas saliências dos cantos.
As equimoses do tempo
nos resvalos
impercebidos nas quinas.
Não,
o amargor sentido
de dentro da saliva.
A pele misturada
na ardência dos ácidos.
A perpétua e obstinada
prepotência do inevitável ocaso.
A ridicularização dos ícones
a representar falácias.
Regras inadmitidas,
frascos de inconsistência
a revelar nos pelos
a sensibilidade dos insetos.
... Rio de Janeiro, 1996
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