segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Eu não controlo nada. Sequer consigo controlar a minha conta corrente. Mas tenho ânsias de controle. Na verdade, tenho ânsias de mandar à merda essas ânsias de controle.
Nem sempre eu tenho lógica nas coisas que eu acho. Muitas vezes eu dispenso a lógica, como um artefato trabalhoso e quase sempre inútil. Tenho muita preguiça para viver desenvolvendo lógicas.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

O éter dos fantasmas reside na memória. A quina dos móveis que resvalam na carne durante os percursos sonambúlicos da madrugada. Aguardo a aurora e o despertar dos sonhos que teimam persistir pela manhã adentro. Bebo o frescor das manhãs e respiro aliviado o terror de minhas insônias. Arrasto os pés pela casa em mero vestígio de sobrevivência. E deito na cama para acalmar as dores íntimas que sobreviveram às sombras.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

avessos

Essa escuridão não verte em substância.
Trago passos adentro a casa
e não verto espasmos de percepção.
Silente o verso de uma mudez estanque.

Apalpo as circunstâncias de uma negação.

Meu hálito transpira incoerências e fatos.
Soam badaladas inexpressivas
do pulsar diário e constante
que um dia cessa.

Cabe o aposento em penumbra.
Repousa o corpo em abandono
no divã da sala de estar.
Fluem a rotina e as horas cegas.






O nada é um turbilhão de ausência. Nem sempre temos algo para dizer. Apenas o nada derrama em nosso ambiente a sua não-cor. Prolifera que permaneçamos em silêncio. Vítimas do desassossego de uma alma que tenta palpitar na inexistência.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Um poema baseado no silêncio coberto pelo vento que sopra. Um funeral. Palavras que permanecem caladas no tempo.
O poeta não vê o óbvio. Ele o transborda.