domingo, 9 de janeiro de 2011

ser no mundo

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A questão a ser colocada aqui é a questão da formação da pessoa, do ser humano, do ser-presente — do ser que sou e agora estou, aqui e em total atenção, dono de mim mesmo e da minha vontade, em estado de concentração, escrevendo estas palavras para serem incorporadas — daqui a pouco — como parte da ciência. Essa questão é uma questão sobre o crescimento de si mesmo, da ave que sai do ovo, e que desenvolve o dom de voar e de ganhar o mundo. Algo que acontece todos os dias no reino animal e no mundo, num processo de movimento permanente. Não questiono o porquê desse movimento. Eu simplesmente o observo e o reverencio.

Como as aves, as crianças nascem e crescem. Aprendem a andar e a comunicar-se. Alguns descobrem dons em si mesmos para arte. Outros vão adiante sem reparar nisso. Alguns são apressados... nem repararam em si mesmos. O mundo os envolve e eles entram no processo de viver a cotidianidade e a deixar viver em si essa continuidade mundana. Há beleza também aí. Há beleza em ser do mundo e deixar que o mundo viva em si sem nada querer a mais, senão simplesmente viver.

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Trecho de "O Sentido de(a) Presença na Educação, de Claudio Fagundes