sexta-feira, 30 de outubro de 2009

o tempo




há uma dor invisível
que me abate
que rouba meu dia
que deita ao meu lado

no espelho parece querer
falar sobre o tempo
e aponta para um vulto
um fantasma à porta

na sala eu espero que o dia
ofereça um motivo
uma última instância
um desejo perdido

é tudo ilusão de percurso
são cenas perdidas
de filmes banais
sempre repetidos

o tempo que escoa
o ser que reluta
em aceitar o real
que está sempre tão perto



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por Claudio Fagundes (CAlex)


quinta-feira, 29 de outubro de 2009

sábado, 17 de outubro de 2009

quando vieres


quando vieres
podes vir do jeito que tu és
não precisas adentrar em minha vida
nem nua, nem estrela, nem lua
que eu te quero tua

venha como estás
com a roupa do corpo
tua bagagem de histórias
glórias ou inglórias
teu jeito pronto
de simplesmente ser

assim, podes abrir minhas portas
que elas estão entreabertas
e eu quero viver os teus sonhos
teus encantos e desencantos
desde que sejas tua
podes vir sem medo
 


por Claudio Fagundes

sábado, 10 de outubro de 2009

verdades e mentiras





No mundo virtual, a mentira requer uma construção paralela muito fácil de ser derrubada. Há com certeza os arquitetos da ilusão, mas é difícil manter a coerência, quando é fácil ir lá atrás e recuperar a trama e descobrir inconsistências de discurso.

É muito mais fácil mentir com as palavras ao vivo, onde se dispóe o recurso do gestual cênico. Como um imenso palco onde se representa a cênica de convencimento. E a memória é incompleta e irrecuperável para revisar os atos e suas coerências.




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por Claudio Fagundes (CAlex)


sexta-feira, 9 de outubro de 2009

[quando te vejo]





quando te vejo
te sinto
e a poesia calada
liberta suas asas
e se espalha
pelo infinito
como sementes
de ser
transbordado
que sou




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por Claudio Fagundes (CAlex)