sábado, 23 de fevereiro de 2008

tchmoque... tchvaque...




Atrás da cortina
um homem trabalha calado.
Trabalha, lê, estuda
a engrenagem da história.

Parece uma bomba travada.
No coração, a granada.
Bate como bomba relógio...
tchmoque... tchvaque...
tchmoque... tchvaque...

Lá fora seu povo corre
no mesmo compasso.
Marcado por tempo marcial,
um povo ginasta.

Não descansa, morga.
Não acorda, explode.
Como uma bomba relógio...
tchmoque... tchvaque...






terroso-alcalino



Na planície ventos de passagem,
lambendo as malhas da paisagem,
cobrindo as colinas de miragens,
como percebidas pelo instinto.

Mãos vagueiam nas paragens.
Fios tecendo veios de emoção.
Fonte encoberta nas ramagens
fazendo rio em gotas de vazão.

Suga os bastos nus, o peregrino.
Liga de terroso-alcalino.
Flutua na amplitude um violino.
Hálito sedento de menino.

O ventre da terra enrubesce.
Lágrimas de gozo gotejante.
Corte em seio palpitante.
Grito de prazer e de terror.




matinal

Manhã, ensolarada manhã
eu te compartilho.
É a aventura de teu brilho
anjo de luz que chega
irradiando nesgas
e penetrando em tudo.

Sol, Amon-Rá, Astro-Rei,
explode tua poesia em sutileza.
Derrama tua luz na natureza.
Sobre os homens e campos
criando espaços amplos
de harmonia fértil.

Manhã, nascente manhã
te faça presente
da clareza a certeza
do brilho certo.



a paz do esquecimento


Houvesse o que houvesse, eu teria continuado. Mesmo, teria recomeçado, agora, houvesse o que houvesse. Não, não tenho medo da guerra. Não tenho medo do amor e nem do ódio que o substitui. Não tenho medo da guerra!

Tenho, porém, medo da paz que você me propõe: a paz do esquecimento. Desta eu tenho um medo inquietante, mas talvez seja mais uma emoção a ser vivida - me engano, te digo para que te sintas melhor e digas mais - o medo nunca deve ser uma barreira.

Mas a solidão do esquecimento é no começo leve. Dura é a aspereza que vem depois, depois de tanto tempo, vinda do vazio. Mais triste é propor a separação, quando se tem ânsias de carinho, pesadelos noturnos e vontade de ter ao lado a companhia agradável e prazerosa. Esta é a tua parte. A minha é acumular um número cada vez maior de emoções frustradas. Pura tragédia!

A paz do esquecimento no começo é leve, mas se transubstancia-se na paz mais inquietante do mundo. É a paz das emoções contidas e da falta de respeito a si próprio. Às vezes, é a paz das lágrimas na cama e dos arrependimentos precoces. Enfim, é a paz do desespero das dúvidas.

Não tenho medo do ódio que por ventura sintas por mim, não tenho medo da fúria abastecida por este ódio. Não tenho medo de ti, nem dos teus atos. Mas tenho medo desta proposta de banir esse sentimento.

Hoje avancei alguns dias. Dias pesados, difíceis, insuportáveis. Lembro umas de nossas passadas e, portanto, mortas. Como eu me recrimino por pensar pensamentos mortos!

Viver uma aventura é viver uma aventura. Não se sabe se vai sair dela. A aventura é uma aventura, não se sabe se vai sair dela.

Doce aventura que marca, aquela de me envolver na cama com o teu corpo e com tua alma.

Doce mistério que eu guardo, e que nunca saberás, no íntimo do meu íntimo.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

horizontes


horizontes

céu e terra
limiar encontro
destino objetivo
amplitude visão

onde não estou
sou ponto focal
vislumbro o portal
do infinito

acima o zênite estelar
abaixo o fundo nadiral
horizonte é frontal
ao infinito

aqui estou e tu estás
e à nossa volta
em círculos concêntricos
se espalha a possibilidade

se vim de lá
e tu de acolá
o ponto cá
é o centro do plano

e os vetores
de mim
e de ti
apontam daqui

horizontes



adiamento revisitado



Depois de amanhã
Toda a poesia contida
no tempo se direciona
em direção à passagem.
Ultrapasso o umbral
da longevidade e tanto
me espera a noite
em busca do futuro.
Quero ainda fazer,
deitado na imensidão
do nada,
a construção do futuro
como se fosse nascituro.

Depois de amanhã
serei um homem sábio.
Diz a lenda,
que depois de amanhã
a sabedoria investirá
em mim uma consistência
jamais experimentada.

Depois de amanhã, Álvaro,
só depois de amanhã.
Caberá amanhã planejar
a minha velhice.
Mas isso amanhã. Hoje
quero deitar em mim
o resto de jovialidade.
Um ser menor que o velho
ancião que
depois de amanhã
acordará comigo.

Só depois de amanhã...
(né Álvaro?)
Tenho ainda dois dias
para achar
a pedra filosofal
o Santo Graal
a fonte da juventude
o eterno resto
dos prazeres
porta adentro.

Só depois de amanhã
terei tempo
de ser o jogador de paciência
com o futuro.
Aguardar a chegada lenta
da Velha Senhora.
Só depois de amanhã.

Hoje ainda
posso ver em mim
um resto de menino e
construir do nada
o edifício do ser
juntando
um a um
os tijolos do absurdo.

Depois de amanhã.
Só depois de amanhã...
(não é, Álvaro?)
Estarei pronto para ser chamado
de senhor
pelas mocinhas das salas de espera.

Só então saberei respirar
o odor da madrugada
no velho hangar
de onde sai a aeronave
que me levará ao futuro.
E o futuro é
um precipício
vazio
onde se cai
sempre.






lua de concreto



A lente da objetiva,
demonstra ativa,
as fauces de mil lobos
sonâmbulos perdidos
na concretude de cimento.
Preâmbulos escritos a piche
no trampolim do nada.

Vergalhões abertos em bouquets,
trago de conhaque barato.
O som de buzinaria
a trespassar a parede vazia
de tijolos inexistentes.

Perdi o fio no extrato da Coty.
Um rato... no más!
A mesa tosca serviu de encosto,
recosto.
Sons de noite techno
em cenário de Feira de São Cristóvão.

A boca com gosto seco.
Um beijo.
Saciando o primeiro desejo
depois da ascensão lenta,
uma aventura noturna
entre andaimes, vigias e tábuas.

Finalmente
não havia mais nada
entre nossas carnes
e fibras nervosas.
Ali nos devoramos,
lobos mútuos,
saciando a fome da noite
e a sede de sangues.

- Grande plano!

Dois seres pontuais
na noite do cenário.
Em volta, luzes e sons.
Uma sinfonia de trânsitos,
flashs de faróis e semáforos.
Molduras retangulares das
janelas dos apartamentos
na hora do jantar.

Acima de tudo,
uma lua cinza
traçada a compasso,
guarda o gozo dos amantes.
Uma Lua montada na paisagem.
Uma Lua de cimento e
vergalhões de ferro.

- Fim de cena.












minha mulher

A minha mulher
tem mistério insondável,
recato impenetrável
aos olhos voyeurs.

A minha mulher,
tem uma nudez invisível
e um olhar transparente
só para o que quer.

A minha mulher
tem o encanto das fadas
e a magia das bruxas
quando estamos em nós.

Ela sabe fazer-se inteira
nunca está em pedaços
sabe todas perícias
atar e soltar nossos nós.

Nela, o meu corpo presente
é mais do que tudo,
do eterno, um estudo,
quando estamos a sós.



este mar

Este mar
é tuas águas
que vertem livres
o sabor de mulher.

Este mar
é tua atmosfera
impregnando nos pelos
o cheiro de fêmea.

Este mar
é tua receptividade
que agasalha e abriga
o calor maternal.

Este mar
é tua profundidade
onde tu te encontras
e eu te venho buscar.



silêncio das pedras

A minha poesia traz
o silêncio das pedras
e a memória de cadáveres impúberes.

Revela a persistência dos dias
e o naufrágio dos hábitos
e as conclusões vencidas
no barbeador elétrico.

Sim, sei...
não é o repetitivo relato das horas
que entedia o relógio....
e, sim, o seu pulsar perene
a escoar na sala de estar.

A cada segundo revelado
esgota-se a marca da ampulheta.

E a areia do tempo escorre
por entre os dedos crispados
que aprisionam o vazio
de túmulos violados.

A pálpebra desce e remarca
o sentido das horas.

O nada a fazer
senão a permanente busca
de uma fonte perdida.

Mistura-se no oceano
a água da nascente
de um novo dia.

Sabes bem...
que no vácuo de todas ambições
permanece a minha impotência.

Sinto-me frágil
e na flacidez das hipóteses
persiste o velho sonho
antigo e revelado.

Por que eu me preocuparia
em fraudar o absurdo?

Convivo com ele
na inesperança do desejo
marcado na complacência da carne.

Alvo fácil do projétil a esmo.

Por onde você se perde
todos os dias
dessa trajetória de tragédia?

Aonde persiste a memória
daquelas manhãs na relva?

O desjejum do toque previsível
no onírico das noites.

Revela-te para mim, ó metáfora divina!
Encontre meu pensamento
para que renasça o sentido.
Que volte a fluir o sangue
pelo coração de matéria-plástica.



por que de mim te esqueces?

Por que de mim te esqueces?
Por que me deixas no limbo
de minha paixão?
A perceber demônios encardidos
e falsas pérolas perdidas
num oceano de conchas
que jamais existiram.

Por que me abandonas?
Se te procuro e não te acho
e, o que parece, teu ambiente
parece mais interessante
do que eu e meu mundo
de fantasmas solitários.
Por que me abandonas?

Se o meu compromisso
é com a eternidade...
por que te perdes?
Em pequenas e cotidianas tristezas,
futuros que não persistem?
Por que ser volúvel?

Por que assistir de longe
ao fim de todos os mundos?
Se, quero contigo, adentrar
no novo milênio,
pela porta da frente?
Um novo homem,
uma nova mulher.
Por que perder-se em
vilegiaturas in-glórias?

Quero de você o infinito,
mas quero o infinito cheio,
o infinito denso,
o infinito pleno.
Quero de você o todo
do cotidiano.
A alma da madrugada.
O mistério do crepúsculo.
A profundidade do oceano.
A altura de todas as nuvens.

Quero o Universo de todas as paixões!
O desejo de todas as horas
e a plenitude do todo perfeito.
Porque desapareces e não te encontro?
Por que te transformas
numa mulher difusa?
Um fantasma
dentro de minhas alucinações?

Quero-te inteira, presente, vívida...
Quero-te inteira, dona, tomada...
Fácil e difícil presa de minha sedução.
Certeira à flecha do meu desejo.
Quero-te mulher. Imperfeita.
Sem pretérito ou futuro.

Que me deixe extático.
Perplexo... Cheio...
Para que o milagre da transformação
Aja por inteiro
em nós amantes.
Estreitos nós, bastantes.
Antes... que o chaos da madrugada...
Antes que, volúveis,
as ninfas de todos os mares,
e a tristeza de todas as horas vadias,
nos levem para a distância,
entre outro e um.
Deixando impressa
outra profunda marca
de frustrada tristeza
do que poderia Ter sido.
Uma mácula morta de pecado
a pesar para sempre
em nossas almas cansadas.



sem volta

O amor não pede licença,
nem que lhe abram as portas.
Invade a alma e toma espaço.

Recorta todas as sobras.
Anestesia as feridas dos cortes.

O amor toma por completo
e não pensa com gemidos.
Mergulha nos mares profundos.

Revolve os abismos da alma
e dilacera os sentidos.

O amor não pensa em verdade.
Acelera e tudo é.
Vai em frente, tudo arrasta.
Não deixa uma pedra em pé.

Simplesmente se basta..
E o resto, devasta.

O amor tomou conta de mim...
eu sei, não existe retorno.



sinto falta

Sinto falta.
Sinto falta
de teu corpo,
de tua alma.

Falta um tanto,
outro muito.
Quase tudo,
tudo ânsia.

Quero pele.
Quero pelos.
Quero entrar
nos teus cabelos.

Que saudade!
Quanta tarde
a sobrar
nesta cidade!

Onde andas?
O que fazes?
Onde vives?
Onde páras?

Vem de volta.
Já é tarde.
Chega breve,
sem alarde.


ah, falsa ilusão de cotidiano!

Ah, falsa ilusão de cotidiano!
Sensação de porvir que não vem.
Vácuo, máscara, névoa,
turva visão... alucinação de vontade.

Súbito desejo do que não é.
Vaga onda a envolver os instintos.
Onde o pé encontra a terra?
Onde o fantasma guarda domicílio?

Repentina visão de um rosto violáceo:
atrás do espelho, atrás da porta...
nunca de frente, sempre de soslaio.
Gélida percepção de uma deusa morta.


matinata

Álvaro ouve o despertador. É inevitável. Um misto de culpa e responsabilidade, trazido dos porões da infância, invade a vigília do cérebro. Expulsa uma sensação de conforto que há poucos momentos parecia tão inerente ao corpo que era praticamente imperceptível.

- Droga!

Lentamente, ainda sem beber a percepção do dia, levanta. Sabia-se mais ou menos. As luzes chegavam como bolas de névoa aos centros sensores de impressões. Os amortecedores estavam completamente ativados. Tudo chegava devagar e suavizado, mas o desconforto era crescente e inevitável.

- Mas que merda!

O dia forçava penetrar pelas pálpebras como cunha. Pouco a pouco, pingando na consciência, algumas constatações traziam uma agudez cítrica de cotidiano.

- Bosta!

Até espreguiçar seria doloroso. Um esforço atlético sobre-humano. São momentos predominantemente hipócritas. Hipócritas com prazer. Procurar assumir a preguiça. Avaliar a possibilidade de mandar todos os compromissos para o caralho. Sentir prazer com essa fantasia.

É uma luta inglória, diria o mais infeliz dos estereótipos. Uma coisa, realmente, sem glórias, vulgar, náuseas... O dia sempre vence. Numa oportunidade é o telefone que toca, noutra é a faxineira que chega, noutra é o barulho da rua. Sempre há um golpe de misericórdia sobre o herói do motim que reivindica o ócio e que nem chega a se estabelecer. As coisas, as eternas coisas, que fazem as manhãs serem permanentemente presumíveis e mecânicas. Reinam os inquietantes e desconfortáveis compromissos.

- Cadê a porra do chinelo? E o cu dos óculos? Merda... merda... merda...

Canelada na quina da cama. Tropeção no tapete mal esticado. Chute num copo deixado ao lado da cama... cacos de vidro. Pegar a vassoura... a pá de lixo. O dia já estava todo comprometido. Um caco entra no calcanhar. Uma pinça... onde? Tesoura. Mercúrio Cromo. Derrama... era melhor estar morto!

Aos poucos a consciência vai chegando sem a mínima piedade. Vai tomando conta e substituindo a ira. É quase como um armistício. Álvaro pede penico... arrego! A força da tortura matinal arranca-lhe a consciência da necessidade de racionalizar. Consertar o errado... evitar mais problemas. Submeter-se ã força do cotidiano. Talvez isso seja aquilo que chamam de poder de Deus. Talvez seja isso...

Com a racionalidade chega, também, a depressão. A certeza da própria impotência e fragilidade. O desânimo. Autodefesa: uma água no fogo para fazer um café. Um banho para lavar a alma a frio.

- Nem tudo está perdido... pelo menos não tem ninguém aqui comigo!

Enquanto a água bate no corpo, Álvaro lembra de uma amiga. Uma figura neurótica, certamente, se é que isso quer dizer realmente alguma coisa que a diferencie. Ela precisava de homens, não se sabe prá que. Não se sabe se era para trepar ou por que precisava de um pai; ou, ainda, porque odiava a si mesma e não suportava ficar só, ou porque tinha uma tara sádica de castrar todos os homens que caíssem em sua arapuca... Todas as suposições são válidas para desenhar a mente de uma mulher que , visivelmente, maltratava de todas as maneiras possíveis os seus companheiros, e ao mesmo tempo era tão dependente deles. Dizem que o medo explica tudo e neste caso, certamente, é no mínimo uma da forças componentes.

Lembrando da amiga e esquecendo de si, o tempo do banho ganhou sua própria mecanicidade. Todos o gestos eram inconscientes. A mente estava em outro lugar qualquer. Lembrou de uma conversa de fim de noite na qual ela, nas suas intermináveis justificativas, dizia que acordar com um cara ao lado era um compromisso mais sério que papel passado. Dizia que não havia nada mais insuportável do que ver a cara. Cara, geralmente, dá náusea, dizia ela. E quando há náusea matutina, é sinal que o dia... Álvaro empatizava perfeitamente a náusea.

A amiga, volta e meia, via-se nessa justamente nessa situação. O cansaço e a perversão compunham o quadro com perspectivas nauseabundas de ferrar no sono ao lado de alguém. Quando isso acontecia na casa do outro era mais fácil. Tudo se resumia numa fuga pé-ante-pé pela madrugada até ganhar a rua. Respirar com alívio a manhã nebulosa e tomar café na padaria. Quando isso, entretanto, acontecia na própria casa, a coisa se complicava. Dava vontade de assassinar de assassinar o babaca que parecia dormir tranqüilamente ao lado de uma louca. Sentia vontade de matá-los a dentadas.

Álvaro pensava como seria um suicídio a dentadas. Com todos esses pensamentos, o banho tinha terminado e enquanto se enxugava começava a olhar a imagem no espelho e ver se era possível recuperar alguma coisa.

- É... ainda bem que estou sozinho!

Olhava os fios grisalhos, os olhos vermelhos e imaginava o hálito pesado matinal.

- Preciso parar de comer carne. Ando muito podre. As vísceras não suportam isso.

Escovar os dentes. Pingar colírio. Um pouco de talco no saco e nos pés. Um perfume.

- Nem tudo está perdido...!

A roupa, a farda, a armadura, o colete salva-vidas, a indumentária de sair para a rua. Que coragem!

A sua amiga ainda consegue colocar o objeto do ódio fora dela mesma. Ainda estava num estado padrão para receber os efeitos da psicanálise. Conseguia estabelecer alguma reação com o analista, alguma ligação emocional. Era uma simples neurótica.

Álvaro sentia-se como o Drácula no berçário. Tinha até uma pontinha de orgulho. Era ele um poderoso psicótico. Um irreversível e plutoniano estuprador de psicólogas. E, dependendo do dia, um enrabador de analistas. Mas era tudo fantasia.

A luz incomodava. O desconforto transbordava pelos poros. A sensação era de ter engolido uma maçã inteira.

Com essas sensações, Álvaro sai de casa. Dá a partida no carro e arrancando com tudo, o carro ganha a rua. O trânsito é a primeira grande oportunidade de manifestar seus instintos.

Lá vai ele...